sexta-feira, novembro 26, 2010

Sixteen (16) Minutes


1.       BY: Celma Elizabeth Menezes & Gilberto Macuacua

The Sixteen (16) Minutes is a project that seeks to encourage Mozambican Men & Boys to reflect on the rampant cases of Violence Against Women & Girls (VAWG).  The overall idea is to have Men & Boys devoting sixteen (16) minutes of their time, everyday during the 16 days of Activism Against Gender Violence on a process of self reflection around the problem of VAWG.

The Sixteen (16) Minutes project will be carried out between November 25 (International Day Against Violence Against Women) and December 10 (International Human Rights Day)  in order to symbolically link VAW and human rights & the fundamental right of every Mozambican woman & girl to live a life free from violence.

During the first semester of 2010, Mozambique registered 11.000 cases of GBV in which 10.000 women reported having experienced male aggression.  By acknowledging the important role that Me & Boys play in the problem solving process, it is clear that The Sixteen (16) Minutes places Mozambican men at the center of its agenda to respond to the widespread sense of  social silence, tolerance, and inhibition within Mozambican society. The project also works on the premise that Men & Boys should be at the forefront of efforts seeking to end women’s abuse by tackling the root causes: socialization; discriminatory traditional values & dominant cultural norms, all of which lead to increasing gender inequality and ultimately violence. 

Since the 16-day period also highlights other significant dates including December 1 (World AIDS Day), The Sixteen (16) Minutes project also seeks to raise awareness among men on the linkages between physical, sexual and other forms of abuse with HIV infections among women & girls.  By doing so, it is clear that The Sixteen (16) Minutes considers VAWG a very serious public health problem.

During this period we will conduct the following major activities:

1.       Run workshops with Men & Boys so that they can critically reflect, question or challenge personal & broader social norms that create & reinforce gender inequality and vulnerability for women battering & sexual abuse.

2.       Wear & disseminate white ribbons in the two semi-urban areas of  Maputo city (Bairro 25 de Junho & Zimpeto). This activity will be carried out by Men & Boys participating in the workshops through interpersonal outreach approaches.

3.       Dissemination of educative messages on VAWG through different channels such as leaflets, brochures, internet.

This project was devised by Fanelo Ya Mina, Mozambican nonprofit making organization,  created by  Celma Menezes & Gilberto Macuácua. Their organization’s mandate focuses on that Blending Gender Perspective with Men & Boys Approaches to address harmful gender dynamics that put communities at risk of health & social challenges including Violence & HIV/AIDS.

Through their interactions & life experiences, Celma & Gilberto learned that one should have obligations towards other individuals within their own community.  A large part of it is about being sensitive to what people’s needs may be, depending on what the community & country circumstances demand. These are the lessons that had profound influence on them & the two quickly recognized that contributing to society was their obligation & the creating Fanelo Ya Mina as it stands for-It’s My Obligation- was the key to it.

HOMEM SEM ESCRÚPULOS É UMA VERGONHA


 Por: Gilberto Macuácua

Na noite de 21 de Setembro de 2010, a Televisão Record Moçambique reportou no seu espaço jornal da noite, um caso de violação sexual onde a vítima era uma mulher jovem.  O acto foi praticado por um homem que depois de a violar assassinou-a.

Eu condeno com bastante veemência este acto macabro e espero que a justiça seja feita. À família enlutada, envio as mais sentidas condolências.

Infelizmente, casos semelhantes acontecem com certa regularidade no nosso país. Mas o que se passa na cabeça de nós “HOMENS”? Espero que não fiquem admirado pelo destaque que faço ao homem neste artigo que estou escrevendo com um grande sentimento de dor, aliás, muita dor por conta deste triste acontecimento e por outros semelhantes que acontecem em quase todas partes do mundo. A razão do destaque, prende-se ao facto de que as mulheres constituem na maioria da vezes as maiores vítimas das diversas formas de violência em comparação aos homens e que, estes actos são na maioria perpetrados por homens.


O que se passa com nós homens?

Na verdade, pretendia perguntar: O que se passa na cabeça desses homens que tendem a praticar actos de tamanha barbaridade? Sei que nem todos homens são assim e eu congratulo-me com isso e apelo que continuem a pautar por esse caminho de amor e compaixão pois, agindo desta forma, estão a contribuir grandemente para o desenvolvimento harmonioso deles mesmos, das mulheres, crianças e da sociedade no geral.

Mas, porque alguns homens acham-se com direito de fazer tudo o que lhes apetecer numa mulher, mesmo sem o consentimento dela? Eu acho que estes, tem muito ainda que aprender em relação ao AMOR e quem ama respeita.  É necessário amarmos a nós próprios para sabermos amar uma mulher.

Algumas normas sociais de masculinidade que são uma tradição milenar e que foram passando de geração para geração, têm representado hoje, algum perigo se tomarmos em conta que o facto de o homem sentir que é “mais forte”, tem mais poder em relação a mulher e mais ainda, que, em muitos casos sabe que não sofrerá qualquer tipo de julgamento por parte da sociedade excepto quando atinge o extremo.


Qual é o extremo afinal de contas?

O extremo para a sociedade é a mutilação de uma das partes do corpo da mulher ou a morte. Tudo o resto ainda é considerado normal. O homem pode violentar de várias formas uma mulher desde que não a tire um olho, ampute-a um braço,  ou a mate. Haja sentimentos. Já paramos para pensar o que significa sofrer uma violência? Aliais, quem é que nunca foi violentado nesta vida? Portanto, sabemos o quanto dói e temos noção dos danos que uma violência pode causar, pelo menos alguns danos, porque se soubéssemos de todos talvez agíssemos diferentes.

Não podemos tolerar a violência. Em Moçambique já temos uma lei, em vigor, contra a violência. Qualquer situação de violência seja, que estivermos a presenciar ou a sofrer, devemos imediatamente comunicar as autoridades policiais para os devidos procedimentos. Mas paralelamente a isto, vamos também intensificar as acções de prevenção. Precisámos de falar abertamente sobre estes assuntos, entre homens, mulheres, jovens, crianças, líderes de opinião, etc eliminarmos aquelas atitudes que só prejudicam, temos que salvaguardar o respeito pela cultura e os direitos humanos.

Imaginem só!  Se o infeliz que cometeu estes actos macabros soubesse amar... naturalmente, teria procedido de outra maneira, teria optado pelo diálogo para resolver “o problema” (pressupondo que houve alguma razão) porém, nada justifica a violência e muito menos os actos praticados. Espero sinceramente que a justiça seja feita. Aparentemente, o suspeito era um namorado da vítima. Este, que é casado com uma outra mulher e tem filhos, segundo o relato da irmã da vítima, que igualmente, deu a entender que, ele já vinha com alguns comportamentos pouco abonatórios em relação a esposa.

Não consegui apurar a idade da jovem, mas segundo a reportagem ela era uma estudante de 9ª classe. O sujeito simplesmente acabou com tudo, tudo desta jovem incluindo os sonhos. Não tinha esse direito. Ninguém tem esse direito. O sujeito que praticou estes actos é um criminoso e deve ser punido exemplarmente.

Quanto a minha pergunta, (o que se passa na cabeça.....?) não sei se a resposta seria tão simples assim: “falta de escrúpulos” ou esse homem é um psicopata, ou outra coisa ou simplesmente um assassino. Eu não sei, se alguém poder me ajudar, por favor não hesite partilhar a sua resposta comigo. Justiça seja feita até porque, nada justifica estes actos.

Voltando ao destaque que faço ao Homem.
Está mais do que claro que o homem tem um papel fundamental para a redução/eliminação dos vários problemas sociais que afectam a sociedade e que muitos deles são provocados por ele mesmo. Portanto, nós homens somos parte dos problemas e temos que ser parte da solução. Acredito que somos capazes. 

Se olharmos para todas as questões que ladeiam as normas sociais de masculinidade e sobre tudo a questão do poder que temos, dá para concluir rapidamente que a solução depende mais de nós do que delas. Que tal amarmos? Que tal respeitarmos os direitos humanos? Que tal desencorajarmos actos que atentam aos direitos humanos? Que tal livrarmo-nos de todas aquelas práticas que só nos prejudicam a nós e aos outros? Temos “a faca e o queijo” na mão. Tudo depende nós. 

Lembrando que cada um de nós, dando esse contributo, estará contribuindo grandemente para o desenvolvimento harmonioso de si, da mulher, criança, família e sociedade em geral, que aliás, é nosso dever como homens.

Parabéns a TV Record por ter reportado este caso e espero desde já, que sigam-no até ao final ou melhor, até ao acórdão do tribunal. Gostaria de ver nos Media a sentença deste caso e de outros semelhantes. Uma das formas dos Media contribuírem para desenvolvimento é esta, através dos meios de que dispõem desempenhar o seu papel de Informar, Educar e Comunicar. Estendo este apelo à todos Órgãos de Comunicação social que operam em Moçambique. Vamos reportar os casos e acompanharmos do mesmo jeito que fizemos quando se trata de mega escândalos envolvendo grandes figuras.